Trauma, estresse e neuroplasticidade

O sofrimento psicológico em consequência à uma exposição de um evento traumático ou estressante é bastante variável. Em algumas situações, os sintomas podem ser compreendidos em um contexto de ansiedade ou medo.

Porém, não é tão simples assim as consequências, está claro que muitos indivíduos que foram expostos a um evento traumático ou estressante exibem um fenótipo ( interação dos genes entre si e com o ambiente) no qual, em vez de sintomas de ansiedade ou medo, as características clínicas mais proeminentes são sintomas anedônicos e disfóricos, externalizações de raiva e agressividade ou sintomas dissociativo.

Tanto o estresse prolongado como possivelmente as experiências traumáticas graves e duradouras exercem importante efeito negativo sobre a plasticidade neuronal. A liberação de adrenalina e cortisol após o estresse pode causar dano neuronal, principalmente no córtex pré-frontal e no hipocampo (regiões com muitos receptores intimamente relacionadas ao aprendizado e à memória).

Uma neuroplasticidade mal-adaptativa relaciona-se à origem ou ao agravamento de condições como esquizofrenia, depressão, autismo, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e deficiência intelectual.

O acompanhamento psicológico nos casos de trauma ou eventos estressantes, tem eficácia, permitindo ao sujeito compreender que mesmo que tenha sofrido com eventos como esses, a forma como é percebido e respondido pode ser modificado, através da neuroplasticidade neural que o cérebro tem.

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Ana Carolina Silva Nascimento

CPR 04/72630

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5. 5. ed. Brasil: Artmed, 2014. 992 p. ISBN 978-85-8271-089-0.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.3. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019. 866 p. ISBN 978-85-8271-506-2.